Editorial
Olá, pessoal!
Seguimos firmes e protegidos, esperamos que todos estejam bem.
Junho foi intenso e marcante para nós da R3 Animal. Em tempos de pandemia, o mês iniciou com o encalhe de uma baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) no Norte da Ilha de Santa Catarina. Felizmente, com a ajuda de várias instituições, conseguimos desencalhar o mamífero marinho.
E quem deu o ar da graça mais cedo este ano foram os graciosos pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus). Normalmente, eles começam a aparecer em nosso litoral no final do mês, mas registramos os primeiros pinguins no dia 10, e contabilizamos mais de 400 animais até o dia 30. Infelizmente, a maioria não sobreviveu às grandes adversidades da longa viagem desde a Patagônia. Os sobreviventes seguem em reabilitação.
Esse período também foi marcado pela ocorrência de uma ave oceânica rara em nossa região. Em menos de 10 dias, resgatamos dois pardelões-prateados (Fulmarus glacialoides) vivos. As duas aves estavam bastante debilitadas e não sobreviveram.
E para não falarmos apenas do mês que passou, trazemos uma novidade que vai alegrar a criançada. Uma programação especial de colônia de férias virtual para este mês de julho. A convite do Zoológico de Bauru (SP), a R3 Animal participa do evento no dia 22, com uma história bem bacana sobre o Cuxiú: O macaco que bebe água com as mãos.
Esperamos que apreciem as nossas notícias e se protejam. Se puderem, fiquem em casa. Se tiverem que sair, usem máscaras e lembrem-se sempre de lavarem bem as mãos!
Até a próxima!
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Vai ter curso de férias on-line
Pensando em uma alternativa para manter a tradição de mais de 30 anos promovendo cursos de férias, o Zoológico de Bauru (SP) propôs a criação de projeto de ensino à distância aos zoos, aquários, ONG’s e instituições de conservação. Do dia 1º ao dia 31 de julho, 19 instituições vão oferecer conteúdo digital gratuito direcionado às crianças e jovens. A R3 Animal participará no dia 22.
O curso ganhou o nome “Cada Macaco no Seu Galho”, seguindo na onda da Campanha Educativa da Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB), intitulada “Somos Todos Primatas”. Serão de duas a quatro atividades por semana.
A R3 Animal preparou um vídeo bem legal onde iremos contar a história do Cuxiú: O macaco que bebe água com as mãos. A ideia é apresentar a espécie, abordando a problemática do tráfico de animais, além de destacar a importância da união de todos para preservar o meio ambiente.
O objetivo do curso é realizar atividades educativas online na criação de ações que realmente sejam significativas na formação das crianças.
A programação completa você encontra na página Curso de Férias de Educação Ambiental
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Assista ao vídeo de lançamento do curso
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O desencalhe da baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae), ocorrido no dia 3 de junho, na Praia da Lagoinha do Norte, em Florianópolis, merece destaque nesta edição. Preparamos esse álbum para deixar registrado esse momento tão marcante para todos nós. Você confere clicando aqui.
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O desencalhe foi feito pelas equipes da R3 Animal e Instituto Australis, executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), com o apoio da Polícia Militar Ambiental, Marinha do Brasil, Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, Diretoria de Bem Estar Animal (Dibea), Fundação do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram) -, Escuna Pérola Negra, comunidade de pescadores da Praia da Lagoinha do Norte e voluntários.
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🐧🐧🐧Este ano os pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) chegaram mais cedo para a temporada no nosso litoral. Já é possível vê-los nadando nas praias de Florianópolis. Muitos deles chegam exaustos depois da longa viagem desde a Patagônia. Alguns, acabam morrendo. Desde o dia 10 de junho até o dia 30, a R3 Animal resgatou 439 pinguins nas praias da Ilha de Santa Catarina. Onze deles seguem em reabilitação junto aos outros pinguins encaminhados das bases parceiras de PMP-BS no Estado.
Saiba o que fazer ao encontrar algum deles debilitado na areia das praias.
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✳️ Mantenha distância e afaste os animais domésticos, eles podem transmitir doenças aos pinguins
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✳️ Se possível, use uma toalha para conter o pinguim e coloque-o em uma caixa de papelão para mantê-lo aquecido. Cuidado com o bico!
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✳️ Não o alimente, não molhe, jamais coloque-o no gelo. Se ele saiu da água, pode estar cansado, desidratado, doente ou com a temperatura corporal baixa. Não o force a entrar na água.
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📲 Ligue no telefone 0800 642 3341 e a base mais próxima do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) irá resgatar o animal.
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Nesta época do ano, os pinguins-de-Magalhães saem de suas colônias na Patagônia Argentina e migram para o nosso litoral, seguindo as correntes marítimas e os cardumes de peixes. A maioria está em seu primeiro ano de vida e encara pela primeira vez a longa viagem. É comum que alguns se percam dos bandos, tenham dificuldade em se alimentar e parem nas praias debilitados, outros acabam morrendo.
Ainda existem aqueles que interagem com petrechos de pesca, a tal chamada captura incidental (bycatch), mesmo não sendo alvo de pesca, acabam sendo capturados. E há também aqueles que confundem o plástico descartado nos oceanos com alimento e encalham debilitados.
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R3 Animal registra dois pardelões-prateados em 10 dias
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A primeira ave foi resgatada na Praia do Moçambique
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A segunda ave foi encontrada na Praia do Santinho
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Uma espécie de ave oceânica, de ocorrência rara em Florianópolis, foi registrada por duas vezes em menos de 10 dias pela R3 Animal. Trata-se do pardelão-prateado (Fulmarus glacianoides), ave da ordem Procellariiformes, da família dos albatrozes e petréis. Infelizmente, as duas aves resgatadas vivas pela nossa equipe, através do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), estavam muito debilitadas e não sobreviveram. Este é apenas o terceiro registro dessa espécie na Ilha de Santa Catarina desde 2015, início do PMP-BS.
No dia 27 de maio, nossa equipe de campo se preparava para iniciar o monitoramento diário na Praia do Moçambique, no Canto das Aranhas, quando foi abordada por um casal que havia encontrado a ave debilitada na areia. “Eles disseram que os urubus já estavam se aproximando para predar a ave”, conta a técnica de monitoramento Thaís dos Santos Vianna. A ave foi atendida na base, mas estava muito desidratada, com escore corporal ruim e morreu horas depois.
No dia 5 de junho, nossa equipe foi acionada e resgatou outro pardelão-prateado, desta vez na Praia do Santinho. A ave estava apática, e não voava. Chegou a ser atendida na base, mas também não sobreviveu. A primeira ocorrência de uma ave dessa espécie registrada pela R3 Animal foi em outubro de 2019. A ave foi encontrada já em avançado estágio de autólise, na Praia dos Ingleses.
A consultora técnica do Projeto Albatroz, em Florianópolis, bióloga Alice Pereira explica que o pardelão-prateado nidifica em colônias reprodutivas em toda a região circumpolar da Antártida, tanto nas ilhas quanto na região costeira e insular do continente gelado. Após a reprodução, passa o restante período não reprodutivo deslocando-se pelos oceanos.
“O casal é monogâmico e coloca apenas um ovo por estação reprodutiva. A incubação dura entre 45 e 47 dias. O jovem está pronto para deixar o ninho, em média, 97 dias após a postura do ovo. A expectativa de vida é de pouco mais de 30 anos”, explica Alice.
A alimentação é a base de krills (crustáceos invertebrados semelhantes ao camarão) e lulas, e peixes em pouca quantidade. “Alimentam-se na superfície do oceano, mas podem mergulhar a curtas profundidades. Não costumam seguir os barcos, mas são curiosos por natureza e podem investigar a área próxima às embarcações e ingerirem descarte de pesca, pelo qual são atraídos pelo cheiro”, complementa.
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O Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM) fica localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, unidade de conservação sob responsabilidade do Instituto do Meio Ambiente (IMA-SC), em parceria com a Polícia Militar Ambiental.
Caso encontre um mamífero, ave ou tartaruga marinha debilitada ou morta na praia, ligue 0800 642 3341, das 7h às 17h. Sua ajuda é fundamental para salvar vidas!
O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.
O objetivo é avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos.
O PMP-BS é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. Em Florianópolis, o Trecho 3, o projeto é executado pela R3 Animal.
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